A Ejaculação Precoce (EP) afeta cerca de 30% dos homens de 20 ou mais, com vida sexual ativa. De acordo com 21 profissionais, inclusive urologistas, da Sociedade Internacional de Medicina Sexual (ISSM), a EP ocorre quando, na maioria de seus encontros amorosos, o homem ejacula em, no máximo um minuto depois do início da relação sexual.
A grande maioria dos terapeutas sexuais acha que não dá para quantificar o tempo que ocorre a ejaculação como rápida ou não, pois isso depende muito da parceria, da interação e equilíbrio do casal em sua vida sexual. Podemos ter uma queixa de EP em um casal onde a parceira demora um pouco a chegar ao clímax, e que nesse casal não exista a possibilidade de preparar a parceria para se excitar, e o homem pode achar que ejacula rápido, pois antes dela!
De acordo com o Dr. Luiz Otávio Torres, nobre colega urologista: “Até há pouco tempo atrás, acreditava-se que a disfunção decorria, sobretudo de problemas psicológicos relacionados à ansiedade”. Em nossa opinião, o paciente ainda necessita de uma psicoterapia breve, principalmente comportamental, às vezes necessitando do uso de um antidepressivo com o intuito de aliviá-lo um pouco da ansiedade, para que considerar que seu tratamento depende muito de como ele consiga entender a dinâmica de seu dia-a-dia, e de que os efeitos externos de sua vida interferem muito em seu comportamento sexual.
Pesquisadores da Universidade de Minnesota – EUA anunciaram ter comprovado a eficácia e a segurança do primeiro medicamento especialmente desenvolvido para tratar EP. Publicado na revista médica The Lancet, “a substância ativa, a dapoxetina, aumenta de três a quatro vezes a duração de uma relação sexual”. Também é um antidepressivo da família dos inibidores da recaptação da serotonina (SSRI) como os que usamos em tomadas diárias atualmente, mas que será usado minutos antes que o paciente pense em ter um relacionamento sexual.
Nessa mesma Universidade foram analisados 2,6 mil homens com problemas de EP em grau moderado ou grave ( qual seria esse grau pergunto eu?), que receberam doses de dapoxetina e de placebo. O máximo tempo conseguido com o uso da droga em altas doses – 60mg – foi de 3 min19seg. Os pacientes da pesquisa, americanos, referem er melhorado a percepção do controle da EP. O uso da droga ainda não foi liberado por vários países do mundo.
Em todos esses estudos, não foi questionado como estava o relacionamento do casal!
Nossa discussão seria: como vive esse casal, quais os fatores diários externos que poderiam interferir para que o homem tenha uma EP? E a parceria, como poderia estar contribuindo para que isso ocorra ou não melhore? Ainda existiriam muitas questões comportamentais e cognições a serem trabalhadas.
Toda ajuda no tratamento da EP será bem-vinda, mas esse homem também fará uso constante da medicação que, certamente não será isenta de efeitos colaterais.
Muito ainda se tem a estudar sobre o assunto e, devemos lembrar que, essa ejaculação – ato fisiológico – vem de uma máquina complexa, cujo funcionamento depende do biológico, do psicológico e do social, que é um todo, que se denomina SER HUMANO.
Dra. Sylvia Faria Marzano – urologia - terapia sexual individual e de casal. Psicodramatista - Terapeuta EMDR
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