quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

EMDR - abordagem psicoterapêutica rápida para tratamento de traumas emocionais

Este informativo tem o propósito de esclarecer os objetivos e os procedimentos da nova abordagem psicoterapêutica denominada EMDRDessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares.

        O método foi desenvolvido nos Estados Unidos no final dos anos 80 pela psicóloga Francine Shapiro, que criou o EMDR Institute na Califórnia. O nome deve-se ao fato de que o método induz a estimulação seletiva dos hemisférios cerebrais, região onde se encontra armazenada a memória das lembranças dolorosas. Atualmente, o EMDR Institute coordena o treinamento de treinadores, supervisores, facilitadores e terapeutas em EMDR em todo o mundo. Somente profissionais psicólogos e médicos com formação e experiência em psicoterapia, podem participar dos treinamentos e obter o credenciamento junto ao Instituto, condição necessária para a prática do EMDR.
         Inicialmente, o método foi utilizado para tratar de traumas emocionais e as seqüelas provocadas por Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Desde então, as possibilidades de intervenção têm-se ampliado. Além de sintomas resultantes de ansiedade generalizada, fobias, síndrome de pânico, depressões, resultados promissores têm sido obtidos no tratamento de doenças psicossomáticas bem como no aprimoramento de desempenho futuro. 

O que é trauma e como saber identificá-lo?
Há város sinais indicadores de trauma emocional.  A passagem por experiências trágicas, tais como a perda real de pessoas queridas ou a ameaça de perda ou o risco de morte, não significam necessariamente que a pessoa venha a desenvolver um trauma. Um bom indício da existência do trauma é a impressão de que a experiência passada insiste em permanecer no presente. Basta à pessoa lembrar-se do evento perturbador, mesmo que sem querer, para que uma emoção marcante, pensamentos negativos e/ou imagens nítidas se intensifiquem. O assunto reluta em virar passado.
Além da experiência traumática, outros sintomas típicos de TEPT são:
·        re-experiência do trauma por meio de lembranças involuntárias, pesadelos ou reações desproporcionais diante de pequenas coisas que façam lembrar o evento; choro fácil e imotivado;
·        evitação persistente de pensamentos, diálogos, sentimentos, locais, pessoas ou situações que façam lembrar o trauma; incapacidade para lembrar-se de detalhes importantes do evento; distanciamento emocional e social de pessoas subjetivamente significativas; sensação de futuro abreviado; e/ou
·        dificuldade para adormecer ou manter-se adormecido, irritabilidade ou explosões de fúria, dificuldade de concentração, hiper-vigilância constante e prontidão contra alguma ameaça real ou imaginária; transtornos alimentares inexplicados; sobressaltos diante de estímulos neutros mínimos.
   
O que está ocorrendo no cérebro?
   Estudos realizados com o auxílio de tomografias de alta precisão sugerem que a experiência traumática é tão forte que altera o funcionamento cerebral. Quando o cérebro é submetido a estresse crônico, o indivíduo perde em qualidade de vida.  Daí a importância de procurar ajuda.

O que acontece com a memória em situação de trauma?
 A memória traumática difere da memória comum. Ao ser indagado sobre o cardápio do almoço de quinta-feira da semana passada, um indivíduo provavelmente responderia: "Não tenho a menor idéia!". Neste caso, a memória dispersou-se no passado. A memória do trauma, contudo, guarda detalhes visuais, às vezes auditivos, às vezes físicos, às vezes emocionais, como se tivesse ocorrido há pouco tempo. O indivíduo pode lembrar-se dos sons ambientes, dos talheres, das bebidas, do sabor dos alimentos. A memória fica, portanto, registrada e congelada no cérebro, principalmente no hemisfério direito, grande responsável por administrar nossas emoções. Por outro lado, as ferramentas que nos permitem conferir novo significado à experiência e deixá-la finalmente no passado se encontram no hemisfério esquerdo, responsável por nossa objetividade e racionalidade.

Como o EMDR funciona?
A focalização de elementos da memória traumática e a estimulação bilateral (visual, auditiva ou tátil) promovem o “diálogo” entre os hemisférios cerebrais e a “metabolização” (reprocessamento) do trauma. Em pouco tempo, o indivíduo tem a sensação de maior distanciamento da perturbação traumática. Espontaneamente começa a reavaliar a experiência a partir de uma perspectiva mais otimista. É comum que após o reprocessamento a lembrança do que antes era uma morte traumática perde seu poder de ferir e a pessoa é capaz de resgatar as lembranças de bons momentos. A partir dessas conquistas, a pessoa organiza-se melhor, passa a desfazer-se de sentimentos de culpa inadequados, consegue planejar um futuro melhor, a se permitir desejar coisas boas para si.

Quais são as contra-indicações do EMDR?
 Devido ao pouco tempo de existência do EMDR e à especificidade do tratamento de traumas emocionais, a intervenção é contra-indicada em pacientes com quadros psicóticos agudos, epilepsia sem controle medicamentoso ou transtorno bipolar.

Quais são os riscos do método?
Devido à possibilidade de a pessoa apresentar emoção intensa durante o reprocessamento, é importante que o estado de saúde física do paciente seja discutido previamente com o terapeuta em caso de dúvida. Pessoas com condição cardíaca debilitada, início de gravidez ou doenças oculares devem avaliar alternativas para maior segurança e conforto.
 
E se não tenho um trauma identificado ou não me lembro de algum, ainda assim posso optar pelo EMDR?Na dúvida entre carregar um peso emocional desnecessário pela vida ou experimentar uma intervenção com EMDR, tente a segunda alternativa.
  
Fonte: www.emdrbrasil.com.br

sábado, 6 de novembro de 2010

17 de novembro - Dia Nacional do Combate ao Câncer de Próstata


CÂNCER DE PROSTATA – O MELHOR REMÉDIO É A PREVENÇÃO

Do tamanho de uma noz, pesando cerca de 20 gramas, a Próstata situa-se na base da bexiga e circunda a uretra. Sua função é produzir uma parte do sêmen. Os problemas da próstata são muito comuns e atingem desde o homem jovem até o mais idoso, predominando a partir dos 45 anos. Hoje, estima-se que um a cada dez homens vá desenvolver o câncer de próstata durante algum momento da vida. Outras estatísticas afirmam que, com 50 anos, um em cada quatro homens apresenta células cancerígenas na próstata. Aos 80 anos, esta relação cresce para 1 em cada 2.

No Brasil, a doença é responsável por sete mil mortes ao ano. De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é a segunda causa de morbidade entre os homens perdendo apenas para o câncer de pulmão. São poucos os que buscam auxílio médico no momento adequado. No entanto, apesar da chance dos homens desenvolverem câncer de próstata ao longo da vida, somente 3 deles morrerão por causa da doença.

Na maioria das vezes, o responsável pela não realização da prevenção pelos homens é realmente o medo do toque retal, o mito e a fantasia de que perderão a masculinidade. O homem por natureza já tem dificuldade de procurar ajuda. Por exemplo, se forem problemas sexuais, ele demora até 5 anos para contar que está com impotência ou outros problemas de ereção.

No consultório esta resistência é maior entre os idosos. Os mais velhos demoram a procurar ajuda porque acham tudo normal para idade. É normal para eles fazer xixi mais fino e perder um pouco a ereção. Só que em conseqüência disso, eles vão adiando até a hora em que param de urinar ou tem sangramento. Aí vão parar no pronto socorro.

Além do câncer, o homem pode ao longo da vida desenvolver outras doenças comuns na próstata. Facilmente controláveis, desde que o tratamento se inicie com o diagnóstico correto feito, em geral com o auxilio do toque retal e de exames complementares a critério do urologista. “O grande problema é que muitas doenças e, entre elas, principalmente o câncer de próstata não apresentam sintoma algum na fase inicial. No tumor maligno da próstata, o paciente espera pela dor, para procurar um médico e isso permite que o tumor se dissemine. É preciso lutar contra o preconceito de muitos homens e fazer com que busquem a prevenção a fim de evitar seqüelas graves”.

POSSÍVEIS CAUSAS

Não se sabe ao certo o que causa o câncer de próstata, porém sabe-se de alguns fatores, tais como transmissão genética e hormônios (pode ser hereditário em 5 a 10% dos casos, chegando a 8,2% de chance para o indivíduo que tiver a predisposição familiar por descendência de famílias de portadores de Câncer de próstata). A incidência aumenta com a idade, principalmente a partir dos 50 anos. Algumas pesquisas indicam que uma dieta muito rica em gorduras também contribui para a alta incidência deste câncer.

Numa primeira fase, surgem lesões pré-malignas atípicas que não se sabe bem o eventual potencial. A testosterona age incentivando o aumento do tumor. Neste período, o tumor é passível de cura, pois está confinado à próstata. Na fase seguinte, o tumor se dissemina e adquire capacidade de produzir metástases em outros órgãos, sendo em primeiro lugar estão os ossos, os pulmões e o fígado. Se o médico notar qualquer alteração pétrea da próstata, ele deve pedir uma biópsia para confirmar o diagnóstico. Hoje são retirados vários fragmentos, o ideal é que sejam pelo menos 12. Outro exame bastante importante é o Antígeno Prostático Específico, do inglês PSA, que mede uma proteína produzida normalmente pela próstata. Se este estiver aumentado, indica que pode haver algum tumor, quer seja benigno ou maligno. Este exame também é bastante útil para detectar reincidência da doença após o tratamento. Para se determinar a extensão do tumor, pode ser feita uma ultra-sonografia, ou mesmo uma tomografia computadorizada.

EXAME DO TOQUE

É preciso deixar o paciente o mais confortável possível. O exame é rápido (de 5 a 30 segundos), e indolor (usa-se lubrificante). É preciso antes uma boa conversa para tranqüilizá-lo e quebrar os medos e mitos. O médico procura sentir os sulcos da próstata com o dedo. Neste momento dá para perceber o tamanho e a consistência. Geralmente, a próstata deve ter a consistência de fibra elástica. Se houver algo duro, ali no meio, já pode ser um sinal de câncer de próstata. Às vezes, a próstata que não tem câncer pode estar com alguma anormalidade como a Hiperplasia Benigna da Próstata.

Medo Masculino - A primeira coisa que o homem pensa quando sabe que está com câncer de próstata é se vai ficar impotente, a segunda é quantos anos ainda tem para viver e a terceira se causará incontinência urinária.

Menos Mortes - Atualmente o risco de um homem ter esse câncer é da ordem de 15%. A partir de 1997, quando aconteceram campanhas de prevenção e maiores investimentos do meio médico, dos órgãos públicos e da mídia na divulgação da prevenção como melhor método para evitar a letalidade deste câncer, os dados apontaram para uma diminuição nos casos de mortes em conseqüência do câncer de próstata. Os homens começaram a procurar ajuda no estágio inicial da doença quando pode ainda ser operado e curado. A descoberta de um tumor numa fase precoce e em um indivíduo jovem (com menos de 55 anos) possibilita alto grau de cura, variando de 75 a 87% em 10 anos. Recomenda-se que o exame retal seja feito em todos os homens acima de 50 anos, anualmente, como parte do exame médico de rotina. Se houver algum caso confirmado na família, esta prevenção deve ser semestral e iniciar-se entre 40 e 45 anos.

TRATAMENTO

Após o estadiamento do tumor, se ele for localizado só na próstata, não ultrapassar as bordas e não tiver doença à distância, e dependendo do grau de diferenciação do exame da biopsia, a maioria dos médicos opta pela cirurgia radical (prostatectomia radical), pela radioterapia externa, pelo implante de sementes radioativas ou pela observação vigilante sendo que a primeira opção ainda é 50% melhor nos tratamentos do câncer confinado à próstata.

Nos pacientes submetidos à cirurgia radical, com menos de 55 anos, que não tiveram tumor palpável ao toque, pode-se conseguir de 80 a 85% de preservação da potência. Por outro lado, nos pacientes com mais de 65 anos, com doença palpável bilateral, raramente é possível manter-se a potência no pós-operatório. É claro que tudo isso depende da experiência do cirurgião, da idade do paciente e da localização do tumor.

Sylvia Faria Marzano – Médica Urologista e Terapeuta Sexual.

sábado, 2 de outubro de 2010

VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Violência – uma relação assimétrica (hierárquica) de poder com fim de dominação, exploração e opressão (Azevedo, 1995).
Violência intra-familiar – VIF  determina um padrão de relacionamento abusivo entre pai, mãe e filho, que leva ao desencontro, à estereotipia e à rigidez no desempenho dos papéis familiares.
Violência doméstica (Azevedo, 1995) – Todo ato ou omissão praticado por pais, parentes ou responsáveis, contra crianças e adolescentes que – sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima – implica de um lado uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de outro, uma coisificação da infância, isto é, uma negação do direito que a criança e adolescentes têm de serem tratados como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento.
Adorno, 1993 – Um indivíduo é considerado violento quando ele rompe o pacto social existente. Rompe as regras, senão legítimas, pelo menos consideradas legais e morais numa sociedade, em determinado momento da sua história. A violência é uma ação que envolve a perda da autonomia, de modo que pessoas são privadas de manifestar sua vontade, submetendo-a à vontade e ao desejo de outros. Ela não só se manifesta nas relações entre classes sociais, mas também nas relações interpessoais.
O abusador tanto da criança quanto do adolescente utiliza-se da violência como forma de manifestação das relações de dominação, expressando claramente uma negação da liberdade do outro, da igualdade e da vida.
A VIF contra crianças e adolescentes mais frequentemente revela-se em situações de violência física, sexual, psicológica (negligência/abandono).
1-   Violência física: utilização de força física excessiva e inapropriada.
2-   Negligência/abandono/psicológico/emocional: fracasso dos pais/responsáveis na realização adequada de seus deveres como pais, ou seja, no suprimento das necessidades básicas da criança e do adolescente (Duarte e Arboleda, 1997). Definem-se tanto pela ausência de uma atenção positiva, de uma disponibilidade emocional, de interesse doas pais/responsáveis pela criança/adolescente, como por: - atitude de aterrorizar a criança; comportamentos de isolamento social; - atitudes de corrupção; -posturas de exploração.
3- Violência sexual: contatos entre crianças/adolescentes e um adulto (familiar ou não) nos quais se utiliza a criança/adolescente como objeto gratificante para as necessidades ou desejos sexuais do adulto, causando danos àqueles, em geral interferindo em seu desenvolvimento.

Fenômeno sempre presente na sociedade embora bastante velada. Inclui (Azevedo,
1988) ocorrências intra e extra-familiares, com atos classificados em 3 grupos:
Não envolvendo contato físico: abuso verbal, telefonemas obscenos, vídeos/filmes
obscenos, voyeurismo. 
Envolvendo contato físico: atos físico-genitais: que incluem passar a mão, coito (ou tentativa de), manipulação dos genitais, contato oral-genital e uso sexual do ânus; pornografia, prostituição infantil (ou seja, exploração sexual da criança para fins econômicos), e, incesto (enquanto atividade sexual entre ao criança e seus parentes mais próximos, de sangue ou por afinidade). 
Envolvendo contato físico com violência: estupro, brutalização e assassinato (crianças emasculadas) – no qual estão presentes a força, ameaça e intimidação.

CONSEQUÊNCIAS – são variadas e dependem: da idade da pessoa agredida e da que agride;
do tipo de relação entre eles; da personalidade da vítima; da duração e da freqüência da
agressão; do tipo e da gravidade do ato; da reação do ambiente.
     Consequências a curto prazo:
1-   Problemas físicos;
2-   Problemas no desenvolvimento das relações de apego e afeto: - desenvolve reações de evitação e resistência ao apego; problemas de afeto como depressão e diminuição da auto-estima; distúrbios de conduta (agressividade).
3-   Alterações no desenvolvimento cognitivo, na linguagem e no rendimento escolar: - rebaixamento da auto-percepção sobre suas capacidades; má-percepção de si próprio; problemas na compreensão e na aceitação das emoções do outro.
Consequências a longo prazo:
    Sequelas físicas. Pais abusadores mais tarde. Conduta delinquencial e comportamentos suicidas na adolescência. Conduta criminal violenta mais tarde.
Efeitos da Violência sexual (Lopez Sanchez, 1991):
- Efeitos imediatos (2 primeiros anos): 60 a 80% apresentam algum distúrbio ou alteração.
1- Efeitos físicos mais freqüentes: distúrbios do sono – 17 a 20%; mudanças de hábitos alimentares – 5 a 20%; gravidez – 1 a 11%; DSTs
2- Efeitos psicológicos mais habituais: medo – 40 a 80%; hostilidade diante do sexo agressor – 13 a 50%; culpa – 25 a 64%; depressão – 25%; baixa auto-estima – 58%; conduta sexual anormal: masturbação compulsiva, exibicionismo – 27 a 40%; angústia, agressões, condutas anti-sociais, sentimentos de estigmação.
3-   Efeitos sociais mais freqüentes: dificuldades escolares,  discussões familiares frequentes, delinquência, prostituição
- Efeitos a longo prazoFobias, pânicos, personalidade anti-social; Depressão com idéias de suicídio, tentativa ou suicídio levado a cabo; Cronificação dos sentimentos de estigmatização; Isolamento; Ansiedade, tensão e dificuldades alimentares; Dificuldades de relacionamento com pessoas do sexo do agressor; Re-edição da violência, re-vitimização; Distúrbios sexuais; Drogadição e alcoolismo
Características do abusador(a):Personalidade anti-social, paranóia, impulsividade, baixa tolerância à frustração, sentimentos de inferioridade ou de insuficiência, infância violenta, estresse, álcool ou drogas.
Existem quatro pré-condições que levam um indivíduo a cometer o abuso sexual infantil: Motivação: é necessário sentir o desejo de manter relações sexuais com uma criança – pedofilia.Superação das barreiras internas: superar as inibições internas que bloqueiam seu desejo de se relacionar sexualmente com crianças (álcool, psicose, senilidade ou fracasso na repressão do incesto na dinâmica familiar).  Superação das barreiras externas: fatores individuais mais importantes que permitem ao adulto superar barreiras externas são a ausência, enfermidade ou distanciamento da mãe, ou ela estar dominada, falta de vigilância, condições de dormitórios comuns entre crianças e pais. Superação da possível resistência de crianças e adolescentes: capacidade que a criança/adolescente têm de evitar ou resistir à violência/abuso sexual – Insegurança emocional; Desconhecimento do tema; Situação de confiança entre abusador e criança (pai biológico); Coerção.

Sylvia Faria Marzano

Referência: VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES -Ferrari e Vecina

sexta-feira, 30 de julho de 2010

DIA MUNDIAL DO ORGASMO - 31 DE JULHO



OS MITOS DO ORGASMO

Dia 31 de julho é o dia mundial do orgasmo. A data foi criada por sex shops inglesas. Vale lembrar que as mesmas chegaram a uma constatação triste: após encomendarem uma pesquisa, descobriram que cerca de 80% das mulheres inglesas nunca chegaram ao orgasmo. Infelizmente, reclamações como falta de desejo sexual, falta de excitação, dor durante a penetração e dificuldade em chegar ao clímax são supernormais. Ressaltamos, portanto, a importância da terapia sexual. Vale lembrar que cada um é responsável pelo próprio prazer sexual, não é mais aceitável culpar a parceria. Temos que conhecer o nosso corpo, como ele reage aos estímulos e passar isso ao parceiro. Culpá-lo, definitivamente não resolve o problema.

Saiba o que é verdade e o que não é quando o assunto é ORGASMO:

1 – QUEM ESTIMULA É O RESPONSÁVEL PELO ORGASMO Falso - Cada pessoa é responsável pelo seu próprio orgasmo. Precisa saber o que mais a excita e quais os pontos de seu corpo são responsáveis pela excitação e assim passar essa informação ao outro. Por isso é preciso buscar a parceria na relação sexual para a troca desta energia.

2 – O ORGASMO É SEMPRE MUITO INTENSO – Falso - Muitas pessoas acham que ter orgasmo é ver estrelas, entrar numa outra dimensão cósmica, uma expressão violenta de sensações, euforia e desfalecimento. As sensações do orgasmo são variáveis de pessoa para pessoa. O orgasmo é o resultado de uma excitação crescente, tendo como resultado o clímax, onde está inserido entrega, sentimento e sensações. As sensações do orgasmo sofrem influência de fatores intrínsecos (emoções, sentimentos, orgasmos anteriores registrados na memória) e extrínsecos (ambiente, tempo e parceria sexual).

3 – RECEITA DE BOLO PARA CHEGAR ATÉ LÁ falso – É comum a procura pela mulher de uma solução rápida, eficaz e de sucesso garantido na busca do orgasmo, como uma receita pré-definida para todas as mulheres. O orgasmo é individual e a receita está na pessoa, na sua entrega, na cumplicidade, tendo como resultado uma excitação crescente até o máximo do prazer sexual.

4 – O TEMPO PARA O ORGASMO MASCULINO E FEMININOS SÃO IGUAIS falso – De maneira geral, a excitação crescente até o orgasmo na mulher é mais lento. A mulher, na sua resposta sexual tem mudanças anatômicas na sua genitália para que possa ser penetrada sem dor. Desta forma, os tempos de orgasmo são diferentes. Muitas vezes em um encontro casual, a mulher pode ter um orgasmo dentro de poucos minutos, pelo fator fantasia do momento.

5 – O ORGASMO MASCULINO É A EJACULAÇÃO – falso – O orgasmo e a ejaculação são respostas fisiológicas diferentes no homem. O orgasmo é uma resposta sensorial, enquanto que a ejaculação é a eliminação do esperma. No homem, geralmente eles acontecem simultaneamente.

6 – PRELIMINARES MAIS LONGAS, ORGASMOS MAIS INTENSOS – falso – As preliminares são importantes para que a mulher chegue ao orgasmo, porém a intensidade do orgasmo depende exclusivamente da excitação, da entrega total ao momento erótico e de suas emoções.

7 – PONTO G MASCULINO E FEMININO – este conceito é muito questionado. Não há comprovação científica que ateste a existência do Ponto G masculino ou feminino mas sim regiões que ao serem estimuladas favorecem o orgasmo. É importante saber que existem zonas erógenas, tanto na região genital como em todo corpo que proporcionam excitação, variadas de pessoa para pessoa. Para os homens as carícias na região perineal e anal podem estimular a próstata e favorecer a ereção. Para as mulheres o canal vaginal possui uma plataforma orgástica, região mais sensível ao toque logo nos primeiros centímetros, que participa efetivamente na elevação da excitação.

8 – TODO SER HUMANO É EQUIPADO BIOLOGICAMENTE PARA TER UM ORGASMO – certo – Salvo doenças que comprometem a resposta sexual, o nosso corpo está apto para o sexo e consequentemente para o orgasmo. O orgasmo depende mais de fatores emocionais, que promovem as mudanças físicas durante o prazer maior.Na dificuldade ou ausência do orgasmo, é necessário a busca de tratamento por um especialista – terapeuta sexual - para investigar as possíveis causas, físicas ou psicológicas.

9 – HÁ MULHERES QUE EJACULAM – A ciência ainda não comprovou nada a respeito. O que acontece em alguns casos é que há algumas mulheres que se lubrificam mais do que as outras, pela atuação de glândulas no canal vaginal. Mas estas glândulas não são como a próstata e o canal seminal masculino que podem armazenar um liquido para depois jorrá-lo em determinado momento. Na mulher, estas glândulas assim que produzem o liquido para lubrificação, o solta, e isso é feito durante toda a relação.

10 – ORGASMO ANAL - O Ânus não é preparado anatomicamente falando para produzir um orgasmo. Mas orgasmo é um só e ele não é separado em vaginal, clitoriano, peniano. Ele é uma sensação do corpo inteiro. O que muda são os pontos estimulados para a excitação.

11 - UM MULHER QUANDO TRANSA COM OUTRA TEM ORGASMOS INFINITOS – quando uma a mulher transa com uma outra não significa que elas terão orgasmos infinitos até que se cansem fisicamente. A mulher, assim como o homem, também tem um período chamado de resolução, ou seja, o período em que o corpo recomeça todo o processo de excitação, realização e novamente o clímax. A diferença entre o homem e a mulher é que ela continua, depois de um orgasmo, em um nível de excitação e ele não.

12 – ORGASMOS MÚLTIPLOS - eles existem e dependem do nível de estimulação durante a relação sexual.

13 – METADE DAS MULHERES PARA TER UM ORGASMO PRECISAM DE ESTIMULAÇÃO CLITORIANA – isso é perfeitamente normal e não se trata de um distúrbio. O orgasmo não depende da penetração para acontecer.

Sylvia Faria Marzano – Médica Urologista, Terapeuta Sexual, Família e Casal








terça-feira, 13 de abril de 2010

DIA INTERNACIONAL DO BEIJO - 13-ABRIL-10

"O beijo" (1887) - Auguste Rodin
Não se sabe quem instituiu o Dia do Beijo e nem ao certo quando o beijo surgiu. Há quem diga que foi no ano 500 antes de Cristo, na Índia. Já Charles Darwin acreditava que o beijo era uma evolução das mordidas que os macacos davam no parceiro nos ritos pré-sexuais.

Há também quem diga que o beijo surgiu das lambidas que os homens das cavernas davam em seus companheiros em busca de sal. Ou ainda uma variante de um gesto de carinho das mulheres das cavernas que mastigavam o alimento e o colocavam na boca de seus filhos pequenos.

Entre os hebreus, o beijo era afetuoso e realizado nas saudações. Também marcava reconciliação ou perdão. Foi também com um beijo que Judas identificou Jesus aos seus perseguidores. ("Jesus, porém, lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho de Deus?" – Lucas, 22:48). O beijo entre os persas simbolizava a classe social. Homens do mesmo padrão de vida se beijavam na boca. Se um dos homens era de classe inferior, o beijo era dado no rosto. Se a diferença de classe era muito grande, o mais pobre se ajoelhava diante do mais rico. Na Idade Média (séculos V a XV), o "beijo da paz", que simbolizava caridade, era usado em muitos rituais como um gesto elitista e exclusivo aos homens. Também marcava o acordo entre senhores feudais e seus vassalos.

A partir do Renascimento, o beijo na boca deixou de fazer parte dos ritos oficiais e sagrados e se tornou exclusivo dos amantes.

O dia internacional do beijo, 13 de abril, foi criado em 1982 pelo Fernando R Sousa, também conhecido como Nandokabala do seu msn, alem de adolescentes norte americanos em uma brincadeira escolar. A brincadeira se espalhou de maneira inexplicada para diferentes regiões do planeta. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_beijo

Apaixonado, afetuoso, abençoado, entre namorados, entre amigos, de mãe para filho, da filha para o pai, beijo de bom dia, beijo de adeus, beijo de juras eternas de amor. E tem o beijo sem grandes compromissos de quem trocam o namorar pelo ‘ficar’. Nas festas, danceterias e, especialmente, no carnaval, beijar é praticamente um desfecho do ritual da ‘balada’. No entanto o hábito de “ficar”, de beijar várias pessoas, geralmente desconhecidas, em uma mesma noite, não é nada salutar, pois, além de bactérias, o beijo também pode transmitir vírus causadores de doenças.

Além do carinho, do afeto e das emoções compartilhadas durante o beijo na boca, as pessoas trocam saliva (fluido formado por 99% de água e que contém amilase, enzima digestiva que decompõe o amido contido nos alimentos), sais minerais e uma gama de microrganismos, muitos deles causadores de doenças.

Martine Mourier, médica francesa escreveu uma tese de doutorado de mais de 200 páginas sobre os efeitos do beijo no organismo humano, um beijo carinhoso aciona 17 músculos, enquanto outro mais caliente movimenta 29 (12 dos lábios e 17 da língua) . A pressão que o rosto de uma pessoa exerce sobre outra chega a 12 quilos, e pelo menos 250 bactérias fazem um intercâmbio de uma boca para outra. Não vou citar aqui as doenças que o beijo pode transmitir, que são muitas. Por isso da necessidade de um bom cuidado com a higiene bucal.

Por mobilizar 29 músculos da face, um beijo caloroso pode consumir de três a cinco calorias e faz o coração bater mais rápido, podendo chegar a 150 batimentos por minuto; ativa a circulação sanguínea, aumenta a oxigenação nas células, estimula a produção de hormônios como ocitocina (produzida no hipotálamo e armazenada na glândula hipófise, também responsável pela sensação de confiança, calma e bem-estar) e serotonina (secretado por certas células do tubo digestivo e no tecido cerebral).

Além da estimulação da língua, dos lábios e da boca, que nessa hora são as partes mais sensíveis do organismo. Há estimulação da mucosa dos lábios, ela, inclusive, é semelhante à mucosa do pênis e do clitóris, o que lhe permite enviar ao cérebro as sensações percebidas. O cérebro, por sua vez, responde com a liberação de hormônios, preparando o corpo para a atividade sexual.

Então, imaginem a grande importância do beijo para manter o erotismo do relacionamento. Em fatos de consultório quando da procura de ajuda em relação ao relacionamento sexual, a primeira coisa que pergunto é se a parceria se beija. A grande maioria diz que sim: “selinho”, e que o beijo mais quente, se ocorre, é para sinalizar que vai acontecer sexo. Essa é a primeira crença errônea que precisamos desfazer em um casal com queixa sexual! O beijo é o termômetro da relação. É preciso que ele seja praticado durante o dia, com impetuosidade, de língua, para que haja um aquecimento da “fornalha” para o preparo de uma boa atividade sexual. Não é verdade que quando vemos um beijo quente nas novelas, filmes, peças de teatro, ficamos aquecidos? Que tal ser ao vivo!

Beijem muito! Pela manhã, no almoço, no jantar, no caminhar, não esqueçam que o cumprimento erótico mantém acessa a chama do amor e do sexo.

Coletânea sobre o dia do Beijo - Sylvia Faria Marzano

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

GAROTO DE PROGRAMA HOMOSSEXUAL revela que é bastante procurado por jovens e que é comum os clientes pedirem para fazer "BAREBACK"

15/02/2010 - 13h20

As meninas adolescentes e os jovens gays foram os escolhidos pelo Ministério da Saúde para receberem atenção especial nas campanhas de prevenção do HIV no carnaval deste ano.

A Agência de Notícias da Aids preparou uma série de reportagens especiais que tem por objetivo retratar porque as meninas de 13 aos 19 anos representam 60% dos casos notificados da doença nessa faixa etária, contra 40% dos meninos.

E porque, entre os jovens da mesma faixa etária, há mais casos de aids por transmissão homossexual (39,2%) do que heterossexual (22,2%).

Nesta reportagem, confira o perfil de um garoto de programa de 20 anos de idade que, ao contar parte da sua história de vida e relatar experiências da profissão, traz um retrato do próprio comportamento sexual e também do comportamento de alguns clientes jovens homossexuais.

"É comum pedirem para fazer bareback"

Sexta-feira à tarde, região central da cidade de São Paulo. Bruno, garoto de programa de 20 anos de idade que é homossexual e atende outros homens, recebeu a reportagem da Agência de Notícias da Aids no flat em que vive para contar parte da sua história pessoal e profissional. Na entrevista, que durou cerca de uma hora e teve algumas pausas para ele conversar rapidamente com possíveis clientes pela internet, o entrevistado falou principalmente sobre o próprio comportamento sexual, o comportamento dos clientes e prevenção às DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), principalmente aids.

O garoto do interior do Paraná que faz programa desde que chegou a São Paulo, há 4 meses, disse que por aparentar ser mais velho é bastante procurado por jovens de 18 a 25 anos, apesar de também ter clientes com mais idade. Ele ganha uma média de R$ 4 mil por mês cobrando R$ 70 a hora se o cliente for à casa dele ou R$ 100, pelo mesmo tempo de trabalho, caso tenha que se deslocar. E não faltam oportunidades para lucrar mais.

“A proposta de transar sem camisinha, fazer o tal do bare (bareback), é frequente. Tem cliente que oferece preços absurdos para eu fazer isso, como quinhentos, mil reais”, disse. “Mas não rola, nem que me ofereçam todo o dinheiro do mundo. Eu acho muito suspeito. Por que o cara que nunca me viu na vida vai propor transar sem preservativo? A ideia que passa não é a de que ele tem alguma doença?”.

Bruno, que não revelou o sobrenome para preservar a identidade, contou que na sala de bate-papo da internet em que oferece seus serviços muitas pessoas com quem conversa logo falam em sexo sem camisinha. Quando diz que não aceita, alguns ficam por horas tentando convencê-lo.

“Eu até aconselho, digo que isso é prevenção, que é tão bom para mim quanto para eles. Independente de você ser garoto de programa, travesti, homo ou heterossexual, você sempre tem que procurar se prevenir, já que a aids é uma das poucas doenças que ainda não tem cura”, argumentou, afirmando que se protege também quando faz sexo oral.

Segundo Bruno, existem pessoas que o procuram depois de buscarem, sem sucesso, alguém que não seja garoto de programa para transar sem camisinha. “Pensam que vão pagar e fazer o que querem, mas não é bem assim. O garoto de programa não precisa se submeter a todas as vontades do cliente.”

Relações pessoais

Bruno já teve dois namorados. As relações foram relativamente curtas, entre 2 e 3 meses cada uma. Ele contou que já aconteceu de não usar camisinha. “Estava lá, numa coisa de momento. Mas depois fiquei muito constrangido. Fui fazer o exame e deu tudo bem, não tinha nada.”

Na visão dele, muitos heterossexuais usam camisinha para evitar gravidez e não pensam nas DSTs. “É meio absurdo porque você pegar alguma doença é muito pior do que ter um filho”, avaliou.

Essa era a visão de uma das irmãs de Bruno de 13 anos de idade – ele tem seis irmãos mais novos. “Ela é virgem, mas conversamos sobre sexualidade porque minha irmã tem uma cabeça muito boa. Uma vez eu a aconselhei sobre o uso da camisinha e ela ainda não tinha noção que o preservativo protege contra doenças”, disse.

O entrevistado contou que quando morava no Paraná, procurava também conversar sobre sexualidade com os outros irmãos, perguntando, por exemplo, se tinham alguma paquera na escola. “Eu era o irmão protetor, aquele que dava conselho, levava no colégio, buscava o boletim, dava bronca. Tive que tomar as rédeas de casa muito cedo porque nós saimos meio fugidos do meu pai, que era mito violento.”

E de onde vem toda essa consciência em relação à prevenção?, perguntei. Bruno respondeu que pelo fato de ter que educar os irmãos acabava se informando sobre questões de sexualidade. Porém, um fato que o marcou foi uma palestra que assistiu na escola e que explicava o que era a aids.

“Fiquei muito alarmado, pois quando eu era criança tinha medo de tudo.Tanto que quando tive o meu primeiro contato sexual com outra pessoa, aos 13 anos de idade, fiquei muito transtornado, com muito medo. Foi a partir disso que eu criei uma defesa e fui desenvolvendo essa consciência de proteção.”

A cobrança mútua sobre a utilização da camisinha que possui com um amigo também o ajuda na prevenção. “Sempre estamos pegando no pé do outro sobre isso. Como tenho uma pessoa me cobrando, me sinto mais ainda na responsabilidade de usar, até para depois não ter que mentir para o meu amigo”.

Os cuidados de Bruno com a saúde também estão relacionados aos planos para o futuro. "Eu não quero pegar nenhuma DST. Hoje eu vivo de prostituição, mas sei que é uma etapa da minha vida. Não vou continuar com isso para sempre. Estou guardando dinheiro para estudar teatro e quero estar saudável para isso."

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PROGRAMA DE AJUDA HUMANITÁRIA - Trauma pós-catástrofes - Prof. Dra.Ana Maria Fonseca Zampieri

Esta psicoterapeuta, professora universitária de terapia de família e casal, facilitadora do método de tratamento do estresse pós-traumático - EMDR - solicita a ajuda dos meios de comunicação neste trabalho de ajuda humanitária que vem fazendo, juntamente com a sua grande equipe, para as vítimas de traumas pós-catástrofes. Vejam sua entrevista para a Aberje.