sábado, 21 de novembro de 2009

MASTURBAÇÃO - QUEBRE ESSE TABU


O que é a masturbação?

É a auto-estimulação rítmica dos genitais com vistas à obtenção de prazer, das mais diversas formas, utilizando as mãos ou por meio de instrumento. Considerada como uma das práticas sexuais mais comuns, mais primitivas e com freqüência auto-aprendida, é utilizada pela quase totalidade dos homens e boa parte das mulheres, independentemente de idade. No entanto, por fugir ao até então “permitido”, raramente é comentada e talvez seja a que gere, ainda hoje, a maior culpa.


Existe algum prejuízo para o organismo?
Kinsey ao publicar, em 1948, seu relatório constatando a grande incidência da prática masturbatória entre os americanos, inclusive adultos, dá grande colaboração no sentido de provar a inocuidade da prática. O casal William Masters e Virginia Jonhson, em 1960, esmiúçam cientificamente o comportamento sexual humano avaliando as modificações fisiológicas que ocorrem durante o ciclo de resposta sexual, inclusive as particularidades desta, durante a masturbação. Esta prática só é nociva para o homem ou à mulher, se estes estiverem sendo compulsivos, isto é, muitas vezes ao dia e estiverem descontentes com isso.


Quais são as fases em que o homem e a mulher começam a desenvolver a sexualidade e se masturbar?
Nos jogos e brincadeiras infantis, as crianças se preparam em todas as áreas, para a vida adulta e é também nestes, que vivenciam seus sentimentos e curiosidades sexuais. As brincadeiras tão freqüentes e prazerosas de papai-mamãe, médico, casinha e outras, possibilitam a exploração do corpo. E é nesta exploração que descobrem as sensações prazerosas dos genitais. É, portanto, de maneira lúdica que a masturbação se insere na vida infantil podendo tornar-se o meio de satisfação sexual mais comum para ela.
Após os cinco ou seis anos, as diferenças anatômicas e fisiológicas, bem como, uma maior consciência das diferenças corporais entre os sexos determinam práticas e conotações sociais diferenciadas. Nas meninas, o fato de apertar uma perna contra a outra já pode ser um estímulo suficiente para produzir a excitação e o orgasmo. Já entre os meninos, como nenhuma contração muscular pélvica estimula diretamente o pênis, a ereção se dá graças à fricção ou a movimento manual.
É na adolescência, segundo a maioria dos autores, que a prática masturbatória atinge o seu auge. O Relatório Kinsey revelou que à idade de vinte anos, 92% dos rapazes e 32 % de moças se masturbavam. Barbach e Levine constataram que aos dezoito anos 80% dos meninos e 59% das meninas referiam práticas masturbatórias. As pesquisas demonstram que os meninos se masturbam mais do que as meninas.


Como os pais devem reagir ao ver os filhos se masturbando?
Os avanços em termos de compreensão dos aspectos fisiológicos e comportamentais da masturbação infantil foram, sem sombra de dúvida, muito grandes nos últimos anos. No entanto, enquanto para as crianças vivenciar a experiência masturbatória não passa de mais uma brincadeira, uma forma prazerosa de descoberta do corpo e de comunicação entre elas, na visão do adulto, em geral, é desconfortável e perturbadora.
A maioria dos adultos, ao presenciar as práticas masturbatórias infantis, ou reage com indiferença, ou ameaça com castigos, ou ainda desvia a atenção da criança para outra atividade. O importante nessa ocasião é explicar a normalidade do ato, mas colocar limites quanto ao local a ser usado e a quantidade de vezes.


A repressão à masturbação na infância ou adolescência pode causar danos para a vida sexual de uma pessoa?
Sim, a nossa educação repressiva que se orienta no comportamento sexual, com vistas somente pro criativas, faz com que não conheçamos o nosso corpo como um local de prazer total, interferindo na vida sexual que se estabelece somente como genitalizada e proibida.


A masturbação é importante para a vida sexual de uma pessoa?
A masturbação na adolescência, apesar da conotação social ainda repressiva tanto para os meninos quanto para as meninas, apresenta inúmeras vantagens, assim resumidas por Correia:
“- explorar o seu potencial sexual sem testemunhas; familiarizar-se com sua nova imagem corporal, resultante das transformações anatômicas e fisiológicas; aliviar as tensões de um meio social que lhe projeta expectativas para as quais, muitas vezes não se sente preparado; compensar dificuldades no contato afetivo e social; transportar-se para a dimensão subjetiva através da fantasia; equilibrar os impulsos sexuais; aumentar a autoconfiança sexual, necessária para um relacionamento a dois; promover o combate a solidão; substituir o (a) parceiro (a) quando, por timidez, tem dificuldade de compartilhar sua intimidade sexual e afetiva; fornecer um meio seguro de experimentação, sem o perigo de falhar expondo-se assim a julgamentos; aumentar o equilíbrio emocional num estágio de insegurança pelos sentimentos ambivalentes experimentados na adolescência.”


Antigamente, pensava-se que a masturbação poderia acarretar danos à saúde, como espinhas. Há fundamento ou é apenas um mito?
Apesar das descobertas científicas, ainda hoje, a masturbação é vista por muitas pessoas, como um problema e, como o próprio nome indica, um vício. Alguns mitos ainda são bem presentes, como cita Carrera: a masturbação causa doenças físicas; as pessoas casadas não se masturbam; você pode ficar viciado na masturbação; as pessoas idosas não se masturbam; a masturbação leva a um rebaixamento na vida social de uma pessoa; a masturbação é para pessoas que não tem parceiros; a masturbação é um sinal de homossexualidade; a masturbação é sinal de doença emocional; a masturbação causa miopia; as mulheres não se masturbam; só de olhar uma pessoa você pode dizer se ela se masturba; excesso de masturbação faz com que o homem fique com falta de esperma; a masturbação é sinal de que a pessoa é incapaz de manter relações sexuais.


A masturbação prévia pode realmente amenizar a ejaculação precoce?
É uma ação muito praticada por homens com ejaculação precoce, pois, na segunda ereção a ejaculação costuma ser mais demorada para muitos homens. Mas não é uma técnica que utilizamos para tratamento. A masturbação faz parte das técnicas de tratamento da ejaculação precoce através da Terapia Sexual, mas orientada por um profissional.


Sylvia Faria Marzano

domingo, 15 de novembro de 2009

"AMOR BANDIDO" causa dependência, diz especialista

A personagem Sandrinha, da novela Viver a Vida , está envolvida numa relação caracterizada como amor bandido


Vira-e-mexe o assunto está em alta nas manchetes dos jornais. Na novela Viver a Vida o autor Manoel Carlos coloca mais uma vez o dedo na ferida para falar de um assunto nada simples: o amor bandido. No folhetim, Sandrinha (Aparecida Petrowky), irmã da protagonista Helena (Taís Araújo), está às voltas com uma história de amor com o criminoso Benê (Marcello Melo). O romance conturbado teve direito a ameaças à família da namorada, grávida do bandido.

A diferença da ficção para a realidade é que a novela ou o filme termina, mas na vida real, a solução do problema é complicada. Muitas vezes, a própria mulher não admite a situação, sem perceber que, na verdade, trata-se de uma doença. Aliás, engana-se quem pensa que se apaixonar por criminosos é somente o que caracteriza o chamado amor bandido. O problema vai além.

Segundo a terapeuta sexual e urologista Sylvia Faria Marzano, trata-se de um relacionamento doentio, numa união destinada a muitas doses de sofrimento e dependência. "É aquele que causa na parceira (a maioria dos casos acontece com mulheres)uma dependência como uma droga. É a mulher violentada pelo companheiro e que, mesmo assim, submete-se, vitimiza-se, não tem forças para sair desse jogo, pois ela precisa dele. Envolve medo de rejeição, de não ter como sobreviver, de fazer parte do outro, de ser o que falta no outro", disse a especialista.

Deslumbramento

Um relacionamento desse tipo é silencioso, raramente apresentando "sintomas" no início, principalmente na fase de deslumbramento. "A mulher dificilmente consegue identificar esse problema sozinha, dependendo da fase em que está. Mesmo se for avisada por pessoas de fora, ela se nega a acreditar e continua navegando nessa canoa furada. Necessita desse mal como o ar que respira. Quando perceber, já está muito desestruturada e com a autoestima debilitada", afirmou.

O golpe mais duro, no entanto, e que deixa as mulheres na linha tênue entre desistir da relação ou permanecer nela, é o fato de esses homens se mostrarem bonzinhos em determinados momentos, alguns até fazendo o papel de provedor. Sylvia Marzano cita como exemplo quando a mulher de um alcoolista fala "quando ele não bebe é muito bom para mim".

Ajuda

Sair desse tipo de relação não é fácil, porém não impossível. O primeiro passo, e o mais importante, é a mulher querer sair. E o mais complicado: buscar motivação para seguir na ideia de que a relação não faz bem para ela.

E atenção, a terapeuta alerta que quem passa por isso pode reincidir no problema, ou seja, buscando na multidão aquele que repetirá a sua história, muitas vezes está relacionada à sua família de origem. "Uma relação como essa deixa sequelas, não só na pessoa que se coloca de cabeça, mas também na família, que também necessitará de tratamento", afirmou Sylvia.

Grupos de ajuda funcionam muito bem nesse caso. Com o mesmo preceito do grupo Alcoólicos Anônimos, o grupo Mada (Mulheres que Amam Demais Anônimas), tem o objetivo de orientar as mulheres a se livrarem de relacionamentos destrutivos. Segundo a entidade, a ajuda é oferecida a partir de uma experiência pessoal, sem dar conselhos ou fazer interpretações psicológicas. "Mesmo que não encontre ninguém nas mesmas condições, a mulher poderá se identificar com a forma com que muitas das participantes sentem os efeitos que a dependência de pessoas produz em suas vidas". A frequentadora do grupo não precisa falar nada nas reuniões e é identificada apenas pelo nome.

No Brasil, o Mada (www.grupomada.com.br) dispõe de sedes em 15 Estados. Somente em São Paulo capital, os espaços estão localizados no Centro, Guarulhos, Jardins e Sumaré. No exterior há reuniões em Portugal e na Venezuela.

Histórias na vida real

A vida real está cheia de exemplos de amor bandido levado às últimas consequências. No Brasil, um dos mais comentados à época foi o da cantora Simony, que em 2001 casou-se com o ex-presidiário Afro-X, com quem teve dois filhos. Quando se conheceram ele ainda estava preso no Carandiru.

Nos anos 1980, a jornalista Marisa Raja Gabaglia envolveu-se com o cirurgião plástico Hosmany Ramos, condenado a 21 anos de prisão por assalto e tráfico de drogas. Atualmente ele está foragido da justiça e em agosto de 2009 foi encontrado na Islândia.

Condenado a 147 anos de prisão, o psicopata Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, recebeu várias cartas de amor de mulheres que queriam salvá-lo. Casou-se com uma delas.

Nos Estados Unidos, Evangeline Grant Redding, produtora de TV, escreveu ao preso James Briley, em 1984. Ele havia liderado a audaciosa fuga de seis condenados à morte e ela queria fazer um livro sobre a aventura. Cinco meses depois se casaram numa cela da prisão.

Em 2001 a alemã Dagmar Polzin viu um cartaz com a foto do norte-americano Bobby Lee Harris, que estava no corredor da morte, sentenciado por assassinato. Ela apaixonou-se pelo assassino, abandonou seu emprego em Hamburgo, na Alemanha, e se mudou para a Costa Leste dos Estados Unidos.


http://mulher.terra.com.br/interna/0,,OI40835-EI1377,00-Amor+bandido+causa+dependencia+diz+especialista.html